quarta-feira, 1 de junho de 2011

RESENHA O SENHOR DOS ANÉIS – VOLUME ÚNICO


Olá a todos. A resenha, hoje, será sobre um livro (ou conjunto de livros) que é considerado por muitos o maior clássico fantástico do nosso tempo, O Senhor dos Anéis de J.R.R. Tolkien.
Primeiro vou fazer um breve resumo sobre o autor. Seu nome completo é John Ronald Reuel Tolkien. Ele nasceu em 03/01/1892 na África do Sul e faleceu em 02/09/1973 na Inglaterra. J.R.R. Tolkien sempre foi fascinado por lingüística e se tornou filósofo e professor de anglo-saxão e de Literatura inglesa em Oxford. Suas obras mais famosas são O Hobbit, O Senhor dos Anéis (trilogia) e O Silmarillion.
O livro em questão é um compêndio dos três livros que compõem a estória da Guerra do Anel a ocorrer na Terceira Era da Terra-Média (mundo criado por Tolkien). Há também um apêndice onde podemos encontrar informações muito interessantes – como o estudo de línguas da Terra-Média, árvores genealógicas, entre outras coisas. Nos livros acompanhamos, principalmente, os caminhos percorridos pelos personagens formadores da Sociedade do Anel (Frodo e companhia). Há também outros personagens ou grupos de personagem que aparecem, tornando a trama mais complexa.
Os três livros são A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei. Em todos eles podemos observar o traço que caracteriza Tolkien, a forte descrição das paisagens. Entretanto, esse ponto convergente varia – e muito – de um livro para outro. “Como assim varia – e muito –, se você acabou de falar que é ponto convergente?”, você pode estar pensando. Eis a primeira questão a ser analisada – e talvez a mais difícil de ser percebida. Na minha opinião, o modo narrativo de Tolkien é diferente entre os livros por questões práticas e literárias. No primeiro livro, é fácil de notar que a narrativa descritiva é mais livre e há nela influências de livros anteriores do autor, como O Hobbit. No segundo livro, a forma de descrever muda bastante e fica claro o aprofundamento da narrativa, influindo, inclusive, na velocidade da leitura, pois algumas vezes há detalhes demais. No terceiro livro, novamente ocorre uma mudança e a leitura se torna mais ágil e envolvente. Dos três livros, nesse sentido, o segundo foi o de mais difícil leitura, pois os detalhes – muitos – deixaram a narrativa densa e cansativa.
Outro ponto analisado é a própria evolução do texto – principalmente no campo semântico e estrutural. É notável a diferença. Se no primeiro livro o texto tem jovialidade e certa “pitada” de leveza, nos livro 02 e 03 o texto é mais rico e complexo, sendo que entre os dois últimos a diferença se mostra na harmoniosa estrutura textual e na conseqüente fluidez do último texto. No O Retorno do Rei é claro o aprimoramento do autor que desenvolveu sua escrita e atingiu o equilíbrio, o dinamismo e a auto-suficiência. Os três livros nesse ponto podem ser comparados com a Jornada do Heroi – assunto abordado por Joseph Campbell. A Sociedade do Anel seria o início da Jornada e a partida do Heroi. As Duas Torres seria as provações, os desafios, a mudança operando no interior, o novo mundo sendo descoberto pelo Heroi. O Retorno do Rei seria o regresso do Heroi, que vê além, agora consciente de si e de suas capacidades.
O último ponto a ser abordado é a estória do livro e suas influências. O Senhor dos Anéis, que originalmente foi idealizado como um volume único, é uma obra completa, onde é possível notar não apenas o desenvolvimento escritor-escrita, mas também – e talvez acima de tudo – sua interação com assuntos filosóficos, mitológicos, religiosos, universais e lingüísticos – sejam eles diretos e indiretos. Provavelmente este seja a maior influência da obra de Tolkien, pois os livros conduzem a idéias e debates, mesmo que ela seja resultado de outras influências – culturas nórdica, hindu, cristã e medieval-feudal, por exemplo. A estória em si tem nuances de textos mais antigos – perceptíveis pelo tipo de linguagem, pelo uso de certos recursos textuais e por determinadas situações em que parece haver certa ingenuidade – e isso algumas vezes pode causar estranheza e até descontentamento, em vista dos textos atuais possuidores de elementos e técnicas diferentes. Nada que não possa ser remediado se pensarmos nos objetos de estudo do escritor e no contexto em que o livro foi criado.
Eu gostei muito de ler a trilogia O Senhor dos Anéis e recomendo a quem não leu. A Sociedade do Anel é um livro muito interessante e revela um pouco do universo que está por vir – nos próximos dois livros e em O Silmarillion. As Duas Torres é um livro denso, onde a guerra delineada no livro um ganha a dimensão de tal evento. Além disso, é um livro de texto forte. O Retorno do Rei é o ápice, a excelência e a elevação da obra de Tolkien. É possível perceber que esse livro atinge um nível mais universal e amplo, característica de textos nos quais podemos acompanhar a estória de muito perto e com mais emoção. Dos três livros, o que mais me agradou foi O Retorno do Rei, pois é um livro maduro, sem contar com o final da estória que é um dos mais simples e bonitos que eu já li.
Espero que tenham gostado da resenha. Até a próxima.

Um comentário:

Emanoela Ferro disse...

olá, gostaria de saber detalhes sobre o livro, como tipo de folha, formatação da letra, orelhas, etc. obrigada.